Dans le montado, au coeur de l'Alentejo - Gente e natureza no Alentejo - Stories from Alentejo (Portugal)
samedi 27 avril 2013
Mantas handweavers in Reguengos de Monsaraz
The colorful woolen mantas (blankets) are certainly among the best things that the little town of Reguengos has to offer. They have been famous for decades and, thanks to the vision and tenacity of a dutch woman, Mizette Nielsen, they are still being produced today, despite the little support that handweaving receives from the authorities. Above is a manta produced in the middle of the 20th century and still perfectly preserved. Below are two tecedeiras (weavers) at work: F.B.L., from Campinho, who has been doing it for years and R.G. who began much more recently. It is hard work, especially for the neck, as one's head is constantly turning from one side to the other of the tear (the loom) following the movement of the metallic lançadeira (the shuttle). The foot work is what determines the pattern. And the arms, wrists and elbows are also heavily involved, pushing the shuttle with strength from one side to the other. This lateral movement as well as other ones create the background rythm of the workshop, to which a local radio program adds its own melodies... One of the new and original products is the manta boot produced for the brand Buenos Aires.
Até quando vais ser ovelha?
Quand Rabelais imagina l'histoire des moutons de Panurge (Le Quart Livre (1552), chap. VIII), il n’anticipa sans doute pas qu’elle traverserait les siècles. Les
alentejanos vivent parmi les moutons et les connections de Rabelais avec le
Portugal ne sont d’ailleurs pas inexistantes (Etudes rabelaisiennes, 1998, vol.
33, pp. 389-403). Mais la crise économique et politique que traverse l’Europe, et
le Portugal en particulier, rend la question de ce tag particulièrement aiguë: "Jusque quand vas-tu continuer à te comporter comme un mouton?".
Effectivement, plus d’un portugais doit se demander aujourd’hui jusqu’où la
patience cesse d'être une vertu et à partir de quand elle nous rend complices de
l’inacceptable.
La question, parsemée sur les murs dans la Rua de São Bento à Lisbonne, est donc une vraie interpellation politique... Et les anti-spécistes ajouteront que si les moutons eux-mêmes pouvaient se la
poser, les conséquences sur les paysages de l’Alentejo en seraient peut-être elles aussi assez radicales.
dimanche 14 avril 2013
As árvores de vida da Victória Duque, ceramista do Redondo
Pour ceux que les céramiques fascinent, Victoria Duque est une artiste qui
vaut vraiment le détour. Elle explore les variations d’un motif qui lui est propre,
celui d’un arbre de vie fleuri d’oiseaux (ci-dessous, une arbre de vie sud-américain bien différent). Et elle crée l’enchantement, en cette
belle ville de Redondo qui a vu naître d’autres artistes, tels les frères Salomé - Janita et Vitorino - chanteurs magnifiques. Le grand frère Salomé tient d'ailleurs une petite horlogerie dans le centre de la ville. Si vous poussez sa porte il vous racontera sans doute quelques souvenirs de ses épopées musicales avec ses frères.
Triturus pygmaeus. Uma maravilha de marmore verde e... vivo!
Alentejo is famous for its marble. It comes in pink, white and grey, in the wonderful towns of Borba, Vila Viçosa and Estremoz. In Vila Viçosa, there is a nice little marble museum that you can visit. A few days ago, as I was carrying wood from one place to another at the Monte, I came across a little marvel of... green marble. What was previously regarded as triturus marmoratus is now regarded as a separate species limited to the south western part of the Iberic peninsula.
Flower carpets around Monte Maria Afónso (São Marcos do Campo)
The colours of april around one of the great spots of local birding, Monte Maria Afonso (here, in april 2010 and april 2013)
Azeitonas alentejanas. Três preparações do mestre D.R.
Três preparações para azeitonas
alentejanas de conserva (do mestre azeitoneiro D.R., Abril 2013, Reguengos
de M.) para cinco quilos d’azeitonas, colhidas
em outubro ou novembro, com azeitonas "cobraçosa", "manzanilla" ou "galega".
Lavamos as azeitonas,
nem moles demais, nem muito verdes, depois de serem colhidas. Cobrem-se com água
salgada. Para saber se a quantidade de sal na água é suficiente, utiliza-se o
truque do ovo. Põe-se um ovo fresco inteiro na água salgada. Se o ovo flutuar,
a quantidade de sal é adequada. Depois coloca-se uma mão de flores de oregãos
(5 ou 6 pernadas), 4 ou 5 folhas de louro, um ramo de tomilho fresco e 3
pernadas de murta. Podem ser colocados em camadas. Uma camada fina dos
condimentos no fundo, outra no meio e a última em cima. As azeitonas tem que
ficar submersas, sem contacto com o ar. Normalmente, a última camada de
condimentos (ou “temperos” como dizem os alentejanos) impede a flutuação das
azeitonas.
As azeitonas ficam 4 ou 5 meses em infusão. Não é
preciso mexer as azeitonas de vez em quando. Tradicionalmente, são colocadas
numa tarefa de barro coberta com uma tampa de madeira. Mas também se podem usar
garrafas de plástico de cinco litros com a parte de cima cortada. A tarefa ou a
garrafa nova tem de ser fechada mas pode aparecer um lasso em cima do molho que
não é preciso remover. Ao fim de 4 ou 5 meses,
vão-se tirando as azeitonas que se precisa para consumir, pouco a pouco. Lavam-se, põem-se numa azeitoneira e temperam-se com um pouco de oregão ou tomilho por cima. E já está pronto!
Também há dois outros
métodos. O método “em sal” consiste a pôr sal e oregão numa caixa. Misturar as
azeitonas limpas, tradicionalmente “galega” e bem maduras, com o sal e os oregãos,
sem água. Ao fim de dois ou três dias, já se podem comer, depois de lavadas com
água corrente. As azeitonas ficam assim “mirradinhas”.
Quanto ao método
“retalhada”, consiste a retalhar cada uma com um retalhador ou com uma faca e
de as pôr numa tarefa de barro com água de nascente. Tem de se mudar a água
duas vezes por dia durante oito a dez dias. Quando as azeitonas ficam bem doces
podem-se pôr no mesmo molho que as de conserva como explicado acima.
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